Reabertura do varejo gaúcho aponta manutenção de canais digitais como alternativa de vendas e possív
- Adriane Lengler
- 1 de jun. de 2020
- 3 min de leitura
Pandemia exige dos empresários adaptação às regras de higiene e segurança e ainda sinaliza futuro incerto
A Associação Gaúcha para Desenvolvimento do Varejo (AGV) realizou uma pesquisa com lojistas de diferentes regiões do Estado para avaliar as vendas iniciais com a reabertura das lojas - tanto de rua como de shopping - e também sobre a expectativa de vendas para o Dia dos Namorados.
Como alternativa de vendas durante o fechamento do comércio, a aproximação com clientes foi por meio da criação de canais digitais para 40,7% dos empresários que também sinalizaram a intenção de mantê-los como mais uma forma de vendas. Dos entrevistados, 35,2% já utilizavam essa ferramenta e 16,7% ainda não vendem por meio digital, mas devem entrar neste caminho nos próximos dias. “São novas e diferentes formas de consumo que precisamos incorporar à nossa rotina. A experiência da compra na loja física segue sendo única, mas a facilidade do online, principalmente nesta fase da disseminação do vírus, agrega e contribui para mantermos nossos negócios funcionando”, explica o presidente da AGV, Sérgio Galbinski.
"Quanto tempo você consegue manter a loja aberta com o consumo nos níveis atuais?” foi uma das questões do levantamento da entidade. O mesmo percentual de lojistas (24,3%) apontou que não vai precisar encerrar as atividades e outros 24,3% disse que será possível seguir desta forma por apenas um mês. O prazo de dois meses foi assinalado por 18,7% e de três meses para 16,8% dos entrevistados. A provável redução no quadro de colaboradores foi mencionada por 60,4% dos empresários, enquanto 21,7% deve manter as equipes e 14,2% ainda não tem previsão se será ou não necessário redimensionar a força de trabalho.
Galbinski destaca que a retomada gradual das atividades varejistas trouxe ao setor uma série de desafios e de mudanças de comportamento de compra e venda. "Sabemos que a recuperação será lenta e gradual. Os consumidores e lojistas já estão construindo juntos o 'novo normal', com medidas e atitudes de segurança da saúde. Estamos todos nos adaptando e buscando manter nossas lojas abertas para impulsionar a economia do nosso Estado. As lojas de rua estão se recuperando mais rápido em função da praticidade de entrar e sair do estabelecimento, com menos contato e interação com outros consumidores”, acrescenta.
O Dia dos Namorados, comemorado dia 12 de junho, ainda não reflete otimismo para os empresários gaúchos, apontando que a busca por presentes não será suficiente para reverter a situação. A maioria prevê entre 60% e 40% negativo no faturamento de vendas para o período e outros 16% esperam por um aumento de 10% no comércio de itens para a data. Produtos de necessidade básica, pijamas, flores, chocolates e roupas estiveram entre os mais mencionados para vendas.
Entre as questões abertas, diferentes entrevistados deixaram respostas com comentários. Veja: - “Para quem voltou as atividades, sugiro que tenham a mercadoria a pronta entrega. Não adianta de nada abrir e não ter o que o cliente procura. Antes não precisávamos de estoque. Hoje a coisa mudou”; - "Precisamos ser responsáveis, seguir os protocolos para manter a reabertura e dessa forma as pessoas irão se sentir seguras também e voltarão a sair de casa e a consumir”; - “Shopping tem que montar uma estratégia para segurar as operações atuais, renegociação de aluguel, com compaixão e solidariedade com os lojistas”.
Confira mais respostas do levantamento da AGV:
Lojistas de rua: qual a sua variação de vendas desde a reabertura?
28,2%: -40%
22,6%: -60%
20,8%: -80%
18,9%: -20%
5,7%: +20%
3,8%: 0%
Lojistas de shopping: qual a sua variação de vendas desde a reabertura?
54,4%: -80%
22,1%: -60%
10,4%: -40%
5,2%: -20%
2,6%: 0%
2,6%: +20%
1,3%: +10%
1,3% : -100%
Sobre o seu negócio:
49,5%: Ainda não sei afirmar qualquer previsão
30,8%: Manter as lojas atuais
7,5%: Vou fechar
3,7% Vou abrir novas lojas